domingo, 15 de maio de 2011

Brás: Sotaques e Desmemórias [4/4]

sexta-feira, 8 de abril de 2011

História do bairro da Casa Verde

por Semanario da Zona Norte

Casa Verde é um bairro da cidade de São Paulo, localizado no distrito da Casa Verde, na Zona Norte. Tradicional bairro de sambistas, é famoso por ser o bairro das escolas de samba Império de Casa Verde e Morro da Casa Verde. É um bairro relativamente recente, seu aniversário é comemorado no dia 21 de maio. A região hoje ocupada pelo bairro de Casa Verde foi, nos primeiros anos do Século 17, fazenda de Amador Bueno da Ribeira, na época - 1638 - um dos homens mais ricos e influentes de São Paulo: Provedor da Capitania, Capitão-Mor, Ouvidor, Contador da Fazenda Real e Juiz de Órfãos. Era tão poderoso que o povo pretendeu aclamá-lo rei de São Paulo, em 1641. A Casa Verde está cheia de episódios históricos. Tanto que mereceu a consagração em um livro do eminente historiador paulista Aureliano Leite. Segundo o referido autor, foi na Casa Verde que se plantou café pela primeira vez em solo paulistano. Da fazenda Casa Verde, já em 1795 se exportava café. Daqui, a planta se espalhou para o Vale do Paraíba.

Fazenda Casa Verde

O bairro de Casa Verde, inicialmente levava o nome de Vila Tietê. Tratava-se de uma região de solo muito fértil, onde predominava a atividade agrícola. Plantava-se trigo, cevada, vinha, algodão, cana, marmeleiro e chá. Os quarenta e quatro mil pés de chá, evidenciavam a importância deste produto na região. No entanto, o principal plantio, era o de café, o qual se dava na grande Fazenda Casa Verde. De alta qualidade, foi exportado para a Europa, conhecido por café da Fazenda Casa Verde. A partir daí, a região passou a ser conhecida pelo nome da Fazenda, o qual acabou por se consolidar com a história de algumas moças.

Tenente general José Arouche Rondon

Arouche Rondon, dono da Fazenda, tinha três lindas filhas, que faziam muito sucesso entre os jovens estudantes de direito da época. Todo fim de semana reuniam seus amigos, na casa da família, no Largo São Bento, de onde partiam para a Fazenda Casa Verde. Depois de passar por vários proprietários, a Fazenda Casa Verde de Amador Bueno, tornou-se propriedade de João Maxuell Rudge, em 1882.

João Maxwell Rudge

No início do século, por volta de 1912, Horácio Vergueiro Rudge decidiu lotear as terras e nelas criar um novo bairro, com o nome de Vila Tietê. O empreendimento foi bem sucedido, mas o nome não pegou e a voz popular consagrou-o definitivamente como Casa Verde. O bairro era habitado apenas por pobres chacareiros, em geral chegados de Portugal e da Espanha, pois, para chegar ao centro de São Paulo, (apesar de não ser muito longe), era necessário que se atravessasse a várzea, sempre alagada e mal cheirosa. O primeiro lote de terreno, foi vendido ao português J. Marques Caldeira, oficial de justiça, no dia 21 de maio de 1913. Sua localização era na esquina das ruas João Rudge com rua Saguairu.

Ponte de madeira

Por volta de 1915, os irmãos Rudge, construíram a ponte sobre o rio, usando madeira de lei, ponte que era tosca e estreita e que representou um grande impulso para a região. O crescimento do bairro foi relativo e lento, até que em 1922 os trilhos de bonde chegaram ao bairro. Oswaldo de Souza Rudge, auxiliado eficientemente por seu pai Horácio Vergueiro Rudge, implantava a Transvias Canadenses.

O bonde

A inauguração do bonde no ano de 1922, foi muito festiva, correndo a população a homenagear ruidosamente os diretores da empresa elétrica, senhores Mac Connel e Edgar de Souza. Este veículo trouxe um novo panorama e desenvolvimento ao bairro, situado a 6 Km do cento da cidade. A partir da instalação do bonde, o bairro foi crescendo animadoramente, os estábulos mal cheirosos, casas pobres, cediam espaço para belas casas de funcionários e pequenos profissionais.Em 1929, a população já pagava impostos e começou a exigir novos melhoramentos como: água potável, esgoto, luz, escolas e calçamento. A luz elétrica foi instalada em 1937. Depois disso, entre 1940/1950, a casa Verde experimentou um verdadeiro “boom”. Nesse período, foi o bairro da Zona Norte que apresentou o maior crescimento demográfico. Ajudados pela municipalidade e, também às suas expensas, os irmãos Vergueiro Rudge beneficiaram o novo bairro, facilitando o acesso através de longos aterros, pois além dos locais bastante acidentados, existia uma grande parte que alagava constantemente com as chuvas.

Melhorias

As primeiras ruas traçadas foram: Inhaúma, John Rudge, Casa Verde, Saguairu, Mandei, Jaguaretê e as Praças Centenário e Baroré.Pela Lei 2.335 de 28 de dezembro de 1928, foi criado o Distrito, com área de 10,91 Km2. Antes, fora instalado o Posto Policial, e a primeira autoridade foi o Sr. José Fazolaro. O Distrito abrangia a área pertencente à antiga fazenda e as Vilas: Bianca, loteada em 1930; Éster, Parque Peruche, São Bento, Baruel, ambas urbanizadas entre 1930/1940; e ainda as Vilas Bandeirantes, Retiro Feliz, Santista, Laranjeiras que surgiram nas décadas de 40/50. A Vila Baruel tem este nome devido a um antigo proprietário do sítio, em 1857, Sr.Francisco Baruel.O Jardim São Bento é parte de uma antiga chácara aberta no meio da mata virgem, e propriedade de José Góis Morais, em 1702. O Jardim das Laranjeiras surgido por volta de 1940 ganhou esta denominação por situar-se próximo ao Bairro do Limão.

Décadas seguintes

O Distrito possui várias paróquias. A mais antiga é a Igreja de São João Evangelista, cuja pedra fundamental foi lançada no dia 25 de janeiro de 1925. A autoridade eclesiástica esteve representada pelo monsenhor Pereira de Barros. Em 1950, a Casa Verde passou a contar com uma nova linha de bonde que ligava o bairro à Vila Maria. Os primeiros a pararem de circular foram os da linha 55 que ligava o bairro ao Centro. Isso a 12 de agosto de 1966. A linha 61 que ia até a Vila Maria, parou a 20 de janeiro de 1967. No mesmo ano de 1950, deu-se início a construção da tão sonhada e esperada ponte de concreto, que foi construída e entregue no ano de 1954, trazendo grande progresso para o bairro e toda Zona Norte. Na década de 1960, o divertimento principal no bairro, eram os cinemas: Casa Verde, na Praça Centenário, Cine Dom José, na rua Lucila na Igreja Nossa Senhora das Dores e Cine Santa Izabel na Avenida Engenheiro Caetano Álvares, além dos tradicionais bailes nos salões da Sociedade Amigos de Casa Verde e Associação Atlética Az de Ouro, além das quermesses das Igrejas São João Evangelista e Nossa Senhora das Dores.

Comércio

Apesar do aparente desenvolvimento, o comércio hoje é incompleto e bastante esparso, o que faz com que apenas 50% da população faça suas compras no próprio bairro. O restante se locomove para o centro da cidade ou bairros vizinhos, como Santana, Barra Funda, Bairro do Limão, etc. No ano de 1976, o empresário José Martiniano Sobrinho, idealizou e fundou o Clube dos Lojistas de Casa Verde, juntamente com vários comerciantes do bairro, visando melhorar e incentivar o comércio local. O Clube teve uma duração de 22 anos. A concorrência é forte e atualmente o moderno Shopping Center Norte representa uma concorrência grande não só para o bairro da Casa Verde, como para toda a Zona Norte de São Paulo. Por causa da zona acidentada, poucas indústrias foram instaladas no bairro, existindo por volta de dez indústrias, entre as quais: Guararapes, confecção Riachuelo, situadas na Av. Casa Verde e Rua Leão XII respectivamente, Concremix, fabrica de concreto, situada na rua Iapó com a Marginal do Tietê, Super mercado Pão de Açúcar, várias empresas de ônibus interestaduais, e recentemente o bairro ganhou uma filial do supermercado Carrefour.

Estrutura

O bairro é essencialmente residencial, possui uma Administração Regional, hoje transformada em Subprefeitura pela prefeita Marta Suplicy, seis igrejas Católicas, uma Delegacia 13º. Distrito Policial, um Cartório Civil, uma Companhia da Policia Militar do Estado de São Paulo, denominada 1a. Cia do 9º. Batalhão, um jornal denominado “O Jornal da Zona Norte “, fundado em 1979, entidades beneficentes e esportivas dentre as quais destacam-se: Sociedade Amigos de Casa Verde, Lions Clube São Paulo - Casa Verde, Centro Social Casa Verde, Clube de Diretores Lojistas de Casa Verde, Associação Atlética Az de Ouro, Sociedade Amigos do Jardim São Bento, Baruel F.C., Clube Atlético Cruz da Esperança, Veteranos Paulista F. C., Sociedade Amigos da Vila Baruel, etc., 3 escolas de sambas: Escola de Samba Unidos do Peruche , Escola de Samba Império da Casa Verde e Escola de Samba Morro da Casa Verde. Possue ainda três escolas municipais, dez escolas estaduais e oito escolas particulares. Ainda hoje, a maior parte das casas datam do início do século, algumas vêm sendo demolidas, para dar lugar a construções novas, pois os moradores são antigos e conservadores. Até a década de 80, eram poucos os prédios existentes, pois até esta data, o Campo de Marte proibia construções altas numa vasta área que rodeia a rota dos aviões. Este fato foi um dos culpados pelo desenvolvimento retardado do bairro, além da ausência de bibliotecas, áreas de lazer, centro cultural, pronto socorro, etc. Hoje, este fato foi revisto pelo comando da Aeronáutica, que liberou parte da faixa proibida, e Casa Verde começa a ganhar seus arranhas-céu e com isso ganhando desenvolvimento habitacional e comercial. No ano de 1987, o empresário José Martiniano Sobrinho, empresário no setor imobiliário do bairro e diretor do Jornal da Zona Norte, residente no bairro desde 1950, reuniu um grupo de amigos, lideranças do bairro e dezenas de diretores de várias entidades do bairro, e idealizou após um longo estudo, para definir a data de fundação do bairro de Casa Verde, tendo sido oficializada através de lei municipal pelo vereador Walter Abrahão, a data da venda do primeiro lote de terreno na Rua Saguairu esquina com a Rua João Rudge, no dia 21 de maio de 1913.

Política

Na área política, Casa Verde elegeu na década de 1950, o farmacêutico Paulo Ferreira Campanha, para vereador, em seguida tivemos o vereador dr. Humberto Fanganiello, Urbano Reis, elegeu-se duas 2 vezes vereador, e uma vez como deputado estadual, tendo participado da elaboração da Constituição do Estado. Flôro Pereira da Silva, deputado estadual e mais recentemente a eleição do dr.Alberto Calvo, eleito vereador suplente nas eleições de 1988, tendo assumido ao longo da gestão. No pleito seguinte se reelegeu para o período de 92 a 96, tendo sido eleito em 1994 deputado estadual pelo PSB, e reeleito em 1998. O radialista esportivo Walter Abrahão, foi eleito 2 vezes vereador, em 1988 e reeleito em 1992, tendo em 1993 assumido o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Município. No ano de l996, o filho do dr. Alberto Calvo, dr. Rubens Calvo, foi eleito vereador suplente, tendo assumido o mandato, para ser reeleito no ano de 2.000 .

Filhos ilustres

A casa Verde tem filhos ilustres, tais como:

Ademar Ferreira da Silva - Na esfera esportiva, Casa Verde tem também seus filhos ilustres. Prova disso, são as duas medalhas olímpicas de ouro conquistadas pelo nosso saudoso Ademar Ferreira da Silva, na categoria de salto triplo nas olimpíadas de 1952, na Finlândia, e 1956, na Austrália.

Pugilista Eder Jofre Eder - Nosso galinho de ouro, foi campeão mundial de boxe na categoria Galo durante quatro temporadas consecutivas de 60 a 64, além dos campeões Sul-Americanos Luiz Ignácio (Luizão) e Ralf Zumbano.

Serginho Chulapa - Outro destaque para a prata casaverdense é o jogador de futebol Serginho Chulapa, ou melhor Sérgio Bernardino, tendo iniciado sua carreira nos campos da várzea de Casa Verde.

Ainda podem ser destados outros espotistas como o jogador de vôlei, o campeão Montanaro, outro atleta criado no bairro. Basílio, que ficou famoso e apelidado de o “Pé de Anjo” por ter marcado o gol que deu o título ao Corinthians Paulistas após uma longa espera de 25 anos, nasceu na Casa Verde, tendo iniciado sua trajetória esportiva no Cruz da Esperança no Bairro da Casa Verde. Cláudio Roberto Sollito, goleiro 4 vezes campeão pelo Corinthians, também é prata casaverdense.

Fonte: http://semanariozonanorte.com.br/exibenoticia.asp?idnews=2330

terça-feira, 1 de março de 2011

Assembleia de SP coloca 350 mil documentos históricos na internet

http://www.al.sp.gov.br/web/acervo2/index_acervo.htm.A História do Legislativo Paulista ao alcance de um clique

Podem ser consultadas na nova página as relações dos deputados eleitos, dos membros das comissões legislativas e dos integrantes da Mesa Diretora de cada legislatura, desde a instalação do Conselho de Província de São Paulo (1828) até o fechamento da Assembleia Legislativa de São Paulo (1937). Para todos os períodos históricos estão disponíveis os links da página do Departamento de Documentação e Informação, com a íntegra das leis de São Paulo, desde o Império. Também é possível consultar a relação das ementas de discursos parlamentares entre 1947 e 1996, com a respectiva data dos pronunciamentos e de sua publicação.

Outras novidades disponibilizadas na íntegra são os livros, revistas e o guia produzidos pelo Acervo Histórico e, marcando o início de um novo serviço, o primeiro exemplar de obra rara da nossa Biblioteca. Foi escolhida a obra “L’Enseignement Mutuel -- ou Histoire de l’Introduction et de la propagation de cette méthode”. O livro data de 1818 e seus autores são identificados como “Dr. Bell” e “J. Lancaster”. A versão disponível no Acervo foi traduzida do alemão para o francês por Joseph Hamel. A obra trata do método conhecido como Lancaster, implantado no ensino público de São Paulo logo após a Independência (1821). Novos conjuntos documentais estarão acessíveis, conforme a evolução dos trabalhos de captura e catalogação.

O pesquisador continuará tendo a disposição em nosso acervo físico a série completa dos “Anais da Assembleia Legislativa Provincial de São Paulo” (de 1835 e 1947), os 25 mil volumes de obras da Biblioteca do Acervo, o banco de fotografias, com mais de 150 mil imagens, desde a década de 1950, e outros conjuntos, como os documentos da Comissão da Medalha dos Revolucionários de 1932, as primeiras 1000 horas de fitas de som, capturadas em meio digital, com o registro dos trabalhos de Plenário dos anos de 1963 e 1964. e o banco de dados biográficos dos deputados do Império, República Velha e Anos 1930, com mais de 1000 parlamentares, que está em elaboração.

A página do Acervo Histórico no Portal da Alesp entra em nova fase, disponibiliza para consulta e reprodução mais de 350 mil páginas de documentos originais. A iniciativa completa trabalho iniciado com a parceria da FAPESP, entre 1998 e 2001, que permitiu o escaneamento e a catalogação, em preto e branco, dos documentos mais antigos do Legislativo de São Paulo. Também estão disponíveis para download os primeiros volumes dos “Anais da Assembleia Legislativa Provincial de São Paulo (1869/1872) e os três volumes das “Falas Presidenciais”, reunidas por Eugenio Egas na série: “Galeria dos Presidentes de São Paulo”, documento fundamental no processo Legislativo durante o Império e a República Velha.

Novidades

BASE DE DADOS

Disponibilizamos para consulta 350.000 páginas de documentos da história de São Paulo.

Do império aos Anos 30, você poderá consultar listas dedeputados, comissões, mesas e documentos dos períodos!


domingo, 23 de janeiro de 2011

Passeio de Trólebus visita pontos turísticos de São Paulo no dia 25


Foto: Divulgação

Trólebus da década de 40 realizará passeios gratuitos por pontos turísticos da cidade na terça-feira

Se a idéia é aproveitar os 457 da cidade para conhecer um pouco mais de sua história, uma opção é fazer um passeio turístico em um trólebus da década de 40 pelo centro da cidade. A partir das 9h, o veículo partirá do Pateo do Colégio e passa por pontos como Edifício Itália, Teatro Municipal, Edifício Martinelli, Banespa e Catedral da Sé. O passeio é gratuito e tem duração de 40 minutos

Passeio de Trólebus visita pontos turísticos de São Paulo no dia 25

No dia 25 de janeiro os paulistanos poderão comemorar o aniversário da cidade fazendo um passeio pelo centro histórico da cidade a bordo de um trólebus da década de 40. O passeio será acompanhado por guias especializados na história de São Paulo.


No dia 25 de janeiro, data do aniversário da cidade, A Secretaria Municipal de Transportes, a Secretaria Municipal do verde e do Meio Ambiente, juntamente com a SPTruis, realizam a 6ª edição de O Coração da Cidade da Janela de um Trólebus.

A partir das 9h do dia 25, um trólebus da década de 40 patirá do Pateo do Colégio e levará os paulistanos para um passeio pelo centro histórico da cidade, passando por pontos como Edifício Itália, Teatro Municipal, Edifício Martinelli, Banespa e Catedral da Sé.

A viagem, gratuita, tem duração de 40 minutos e desvenda aos paulistanos as preciosidades de nossa história, presentes no dia-a-dia de quem transita pelo centro, mas que muitas vezes passam desapercebidas em meio à correria diária. O trajeto será acompanhado por guias especializados na história da cidade.

Meio de transporte limpo e econômico

A cidade de São Paulo foi pioneira no uso do trólebus no Brasil. Inaugurou sua primeira linha em abril de 1949, fazendo o percurso Aclimação - Praça João Mendes. O sistema trólebus é um patrimônio da cidade e este percurso histórico e ecológico constitui também homenagem aos seus 62 anos da existência na capital.

O trólebus é um veículo limpo, de baixo ruído, silencioso, confortável (sem trancos), com velocidade adequada para o tráfego urbano e, sobretudo, não emite gases prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana. Ou seja: apresenta ganhos em mobilidade, conforto na viagem e redução com os gastos em saúde pública.

Serviço

O Coração da Cidade da Janela de um Trólebus
Data: 25 de janeiro de 2011
Horário: das 9h às 16h
Duração do percurso: 40 minutos
Local de saídas: Páteo do Colégio
Trajeto: Páteo do Colégio, Rua Boa Vista, Rua Líbero Badaró, Viaduto do Chá, Av. São João, Av. Ipiranga, Praça da República, Av. São Luiz, Praça Xavier de Toledo, Viaduto do Chá, Líbero Badaró, Largo São Francisco, Praça da Sé, Pateo do Colegio

Fonte: Portal IG/Prefeitura de SP

domingo, 6 de junho de 2010

Da Aldeia de Ururaí a São Miguel Paulista


Da Aldeia de Ururaí a São Miguel Paulista
1560 – 1797

A primeira referência que se tem de São Miguel, não é de 1622, ano em que se deu por concluída a capela, mas muito antes, em 1560. para que esta casa religiosa, fosse idealizada nos padrões em que foi edificada, podemos refletir sobre o que representava a aldeia de Ururaí, hoje São Miguel, tanto no aspecto social, religioso e geográfico, este último importante como ponto estratégico-defensivo de incursões de índios rebeldes à pequena Vila de São Paulo.

A história do bairro está estritamente relacionada à própria fundação da capital metropolitana, razão pela qual devemos dirigir nossa atenção aos fatos ocorridos mesmo antes de 1554.

Habitantes da região, os índios Guaianazes ainda se distribuíam por todo o planalto paulista. Suas terras eram demarcadas ao longo da costa litorânea, de Angra dos Reis até Cananéia, tendo como visinhos de um lado, os índios Carijós e de outro, os Tamoios, ambos seus inimigos. Cautelosos, não faziam guerra fora de seus limites, e ao vencerem um adversário faziam dele escravo, por não serem antropófagos. Tranqüilos e sem malícia acreditavam em qualquer coisa.

Não atacavam os brancos sem que fossem molestados, pelo contrário, eram até boa companhia. Chefiava os Guaianazes, desde a primeira metade do século XVI, o cacique Tibiriçá, que vivia além da Serra de Paranapiacaba, nos campos cortados pelo rio Anhembi ou Rio Grande, hoje conhecido como rio Tietê. Nele fazia confluência o ribeiro de Piratininga ou Piratinim, de onde teve origem a aldeia de Tibiriçá, situada em uma das margens do tal ribeiro: aldeia de Piratininga, no ribeiro de mesmo nome.

Os jesuítas não haviam chegado ao planalto. O europeu mais próximo estava entre o campo e a Serra, em Santo André da Borda do Campo. Era João Ramalho casado com a filha de um chefe indígena. Antônio Rodrigues, outro português aqui estabelecido, vivia no litoral, nas proximidades de São Vicente, e era casado com Antonia, filha de Piquerobi irmão de Tibiriçá.

Em novembro de 1549, chegava a São Vicente o Padre Leonardo Nunes, mandado até aí pelo padre Manoel da Nóbrega, superior da Companhia de Jesus no Brasil. Na pequena vila junto ao mar, fundada em 1532, entre outras incumbências, deveria ele dar início ao segundo colégio jesuíta da nova colônia portuguesa.

Subindo a serra, chegou a aldeia de Piratininga, onde conseguiu que muitos índios confiassem a ele seus filhos para doutrinar entre os brancos e, com estes meninos formar um Seminário junto ao Colégio de São Vicente.

De visita a esta casa, o Padre Manoel da Nóbrega ordenou que o colégio se mudasse da vila para o campo. Entre o mar e a serra, os sacerdotes estavam vulneráveis às investidas dos corsários e dos índios tamoios, que alguns anos mais tarde fariam aliança com os franceses no Rio de Janeiro.

Em conseqüência desta resolução, os padres deveriam escolher um sítio conveniente, no campo, para fundarem o seu Colégio. A localização de Santo André não era adequada pois, junto a serra a povoação poderia ser atingida sem que os moradores se dessem conta. No campo, entre os rios Tamandoateí e o ribeiro Anhangabaú, o terreno era perfeito.

Tibiriçá foi convencido a transferir sua aldeia para junto do colégio, que ajudou a construir, Recebeu o batismo com o nome de Martim Afonso e passou a viver na atual rua de São Bento, inicialmente denominada “Rua de Martin Afonso”.

O pequeno colégio fundado nas terras dos índios Guaianazes não poderia sobreviver sem o afluxo de maior número de moradores. Por determinação do Governador Geral Men de Sá, que em São Vicente se encontrava, Santo André foi mudada em 1560 para o campo que passou a chamar-se Vila de São Paulo de Piratininga, título esse transferido do povoado de João Ramalho ao povoado jesuíta.

Vendo movimento maior de estranhos habitantes, os Guaianazes perceberam as transformações a que estariam sujeitos, seus padrões de vida estavam ameaçados. Parte deles abandonaram as imediações do colégio, dirigindo-se para Pinheiros e outro grupo para Ururaí, hoje São Miguel Paulista.

Esta última região não lhes era estranha, de hábitos nômades conheciam o sertão vizinho de sua aldeia de origem. Ururaí representava um ponto ideal para fixação. Próximo ao ribeirão Baquirivu a ao rio Anhembi, tanto a comunicação com os meios de sobrevivência teriam sem muitas dificuldades. Estavam os Guaianazes vivendo a plenitude de seus hábitos, o que desagradava os recém chegados jesuítas e mais ainda Tibiriçá, que fiel aos sacerdotes, tinha agora seu irmão Piquerobi, chefiando os Guaianazes dissidentes.

Para tentar remove-los de sua rebeldia, os jesuítas foram até Ururaí, todavia, sem sucesso. A 3 de julho de 1562, Tibiriçá adverte Anchieta que um ataque a vila de Piratininga estava por ocorrer. Passados seis dias, a povoação foi cercada, tendo Piquerobi seu plano frustrado. A força dos Portugueses aí estabelecidos, lhe foi superior.

O cacique da aldeia de Ururaí nada tinha contra os jesuítas, mostrava-se rebelde aos intentos dos colonos europeus, vitoriosos agora. Instala-se definitivamente agora em ururaí, onde a partir de 1562, após o ataque, os sacerdotes passavam a visitar o aldeamento, dando seqüência ao trabalho de catequese já iniciado.

A aldeia de Piquerobi crescia e era alvo de atenções dos jesuítas que aqui edificaram uma pequena capela em louvor a São Miguel Arcanjo, orago cuja predileção demonstrava o padre José de Anchieta.

Em 1567 e em 1585, Ururaí foi visitada por emissários da Companhia de Jesus no Brasil. Nesta última ocasião, o Padre Cristóvão de Gouveia celebrou casamentos e batizou trinta índios. Anchieta tinha suas atenções divididas entre esta aldeia e outras três: Nossa Senhora da Conceição (Pinheiros), Barueri e Guarulhos.

São Paulo de Piratininga atraía forasteiros. Para que os índios de Piquerobi não fossem molestados, Lopo de Sousa, Donatário de São Vicente, lhes concedeu terras por sesmaria lavrada a 12 de outubro de 1580. Tinham início na Penha, até Itaquaquecetuba e Ferraz de Vasconcelos , limitando-se por outro lado com Mauá e Santo André.

Em 1585, contava a aldeia de Pinheiros e Ururaí, com um número aproximado de 1.000 habitantes. Em média a população de São Miguel era significativa para que recebesse um templo religioso maior, sabendo-se que defensivamente a pequena povoação poderia frear investidas inimigas do sertão para os campos de Piratininga. A nova capela foi edificada, símbolo da bravura dos Guaianazes que tentaram lutar contra o jogo colonizador.

Durante muito tempo, os membros da Câmara Municipal de São Paulo ficaram encarregados da administração da aldeia de São Miguel de ururaí, mas só se lembravam dos índios quando deles precisavam para uma expedição aos sertões ou levar socorro às províncias do litoral. Com longínquas expedições, a aldeia logo ficou despovoada dando lugar a outro colonos europeus que das terras passaram a tomar posse.

Em 1766, o Capitão Geral D. Luís Botelho de Sousa Mourão, que governava São Paulo, quis melhorar a sorte das aldeias. Tendo admitido que as terras indígenas estavam totalmente em mãos estranhas, ele pretendeu restituir aos seus legítimos donos os bens que lhes pertenciam.

Munido dos documentos de concessão de sesmaria, ordenou que medissem as terras concedidas aos índios Guaianazes. Ao iniciar, abandonou o projeto por perceber que se tratava de extensão maior do que se imaginava.

Em 1797, escrevia o Frei Gaspar da Madre de Deus: “os infelizes indígenas, descendentes dos antigos donos desta região, não possuem quase nada. Os brancos apossaran-se da maior parte de suas terras, ainda que isso só lhes tivesse sido perdido com a condição expressa de que os indígenas não fossem de forma alguma prejudicados” !


Bibliografia


1. – Bontempi , Silvio. O bairro de São Miguel Paulista Editado Pela Prefeitura de São

Paulo.

2. – Cardin, Fernão. Tratados da terra e gente do Brasil, Ed. Itatiaia.- EDUSP, São Paulo.


3. - Deus, Frei Gaspar da Madre de. Memórias para a Capitania de São Vicente, Ed. Itatiaia – EDUSP, São Paulo.


4. – Saint hilaire, Auguste. Viagem Pela Província de São Paulo, Ed. Itatiaia – EDUSP,

São Paulo.


5. – Salvador, Frei Vicente do. História do Brasil 1500 – 1627 , Ed. Itatiaia – EDUSP.

São Paulo.



6. – Sousa, Gabriel Soares de. Tratado Descritivo do Brasil, 1587, Ed. Itatiaia – EDUSP. São Paulo.


7. – Staden, Hans. Duas Viagens ao Brasil, Ed. Itatiaia – EDUSP, São Paulo.


Dra. Roseli Santaella Stella

http://capeladesaomiguel1622.com/

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Minhocão vira cinema ao ar livre

Minhocão vira cinema ao ar livre
'Elevado 3.5', vencedor do 'É Tudo Verdade', foi exibido para mais de 2 mil pessoas em plena via


SÃO PAULO - O Minhocão ganhou uma cara diferente nesta noite de domingo. O documentário Elevado 3.5, dirigido por João Sodré, Paulo Pastorello e Maíra Bühler, foi exibido no próprio elevado, na esquina da Rua Helvétia com a Avenida São João.

No ano em que se discute se o Minhocão deve ou não ser demolido, o público paulistano demonstrou que está interessado na discussão. Prova disso é que estavam previstas 500 pessoas para a sessão (o número exato de cadeiras disponibilizadas pela produção do evento), no entanto o que se viu foi muita gente em pé.
"Toda a verba para montar a tela, o equipamento de som e a tenda em cima das cadeiras foi bancada por nós mesmo. Estamos muito felizes de ver que em vez de 500, há cerca de 2 mil pessoas aqui", comemorou uma das produtoras do filme, Joana Mariani. A produção, vencedora do festival É Tudo Verdade em 2008, estreia no Espaço Unibanco de Cinema na próxima sexta-feira.

Jornal O Estado de São Paulo de 31 de maio de 2010