Como era a rua XV de Novembro? Essa rua tão famosa de São Paulo que durante tanto tempo foi a principal artéria do Triângulo, quando a cidade era só aquilo, o centro era só aquele encontro de três ruas - São Bento, Direita e XV de Novembro.
Vamos retroagir ao ano de 1668. Um certo Manoel de Brito Nogueira tinha na "rua do Paço Manoel Paes de Linhares" umas casa de taipa.
Quem foram esses dois homens? Foram os senhores proprietários daquele tempo, os que primeiro possuem por qualquer motivo, mas que são sem o querer os artífices do futuro.
A rua, que ainda não era propriamente uma rua, limitava de um lado, ou de uma "banda" como se costumava dizer, com casa de João Ribeiro, e de outro lado, ou de "outra banda" com Rufino de Moraes.
Estamos então na rua XV de Novembro, mas não nesta de hoje, naquela que o tempo depois engoliu, mas que existiu com o sentido agreste das coisas da velha São Paulo, como tantas outras em tantas outras cidades que brotaram da tenacidade caipira ou do arrojo bandeirante.
Em 1715 construi-se ali uma igreja, a igreja do Rosário. Onde ficava ela? Justamente onde é a Praça Antonio Prado, no final portanto, da rua que então se conhecia como "rua do Paço de Manoel Paes Linhares".
Essa igrejinha do Rosário foi vista. por muitas vezes, em épocas posteriores, nos aspectos fotográficos da São Paulo antiga, erigida ali no início da hoje rua João Bricola. Com o tempo, e por causa da igreja, a rua passou a chamar-se rua do Rosário dos Pretos, lembrando sempre essa designação que era o caminho para a igreja do Rosário. E por que pretos? Porque a concorrência era na maioria de homens de cor.
Mais tarde, com o advento da monarquia, o governo lhe deu, pomposamente, o nome de rua da Imperatriz. E por todo o tempo do reinado dos dois Pedros ela assim se conservou, aformoseando-se quanto pode e carreando para aquele ponto o movimento social de São Paulo para Piratininga.
Depois, veio a República. E com a mudança política lá se foi de roldão o nome da Imperatriz e a rua tomou então o nome que ainda tem hoje, XV de Novembro, para comemorar a data da proclamação, em 1889.
Daí por diante a rua criou alma nova. O comércio mais ou menos chic localizou-se nela,e foi avançando. Veio calçamento melhor e com a distensão dos espaços que o progresso requeria, a igrejinha teve de ser demolida para que se fizesse em seu lugar a Praça Antonio Prado que deu abertura para a Avenida São João, até então um barranco com ladeira para o Paissandú.
Armarinho, secos e molhados, oficinas pequenas, pelo século XIX, fizeram o orgulho da primitiva rua da Imperatriz. Depois vieram as lojas de mais luxo, as confeitarias e casas importadoras, já no regime republicano, destacando-se sobretudo os cafés de mesinha, com média e pão quente.
Já no princípio do século XX, a rua XV de Novembro era a preferida para passeios elegantes. Foi ali o "footing" das moças bonitas e dos pelintras de chapéu de palha, cognominados de "almofadinhas".
Mais tarde, já mais para o nosso tempo, com o fim da administração do prefeito Antonio Prado, as casas comerciais foram desaparecendo para dar lugas a Bancos. A cidade crescia nos fatores econômicos financeiro e era preciso dar vida ativa ao comércio bancário. E até hoje ali proliferam os Bancos, e Bancos. E porque assim se materializou no interesse do cifrão, a antiga preferência social dos frequentadores jovens passou para a rua Barão de Itapetininga.Fonte: São Paulo de Antigamente - Manoel Vitor - Grafisyl Editora Gráfica Ltda
Vamos retroagir ao ano de 1668. Um certo Manoel de Brito Nogueira tinha na "rua do Paço Manoel Paes de Linhares" umas casa de taipa.
Quem foram esses dois homens? Foram os senhores proprietários daquele tempo, os que primeiro possuem por qualquer motivo, mas que são sem o querer os artífices do futuro.
A rua, que ainda não era propriamente uma rua, limitava de um lado, ou de uma "banda" como se costumava dizer, com casa de João Ribeiro, e de outro lado, ou de "outra banda" com Rufino de Moraes.
Estamos então na rua XV de Novembro, mas não nesta de hoje, naquela que o tempo depois engoliu, mas que existiu com o sentido agreste das coisas da velha São Paulo, como tantas outras em tantas outras cidades que brotaram da tenacidade caipira ou do arrojo bandeirante.
Em 1715 construi-se ali uma igreja, a igreja do Rosário. Onde ficava ela? Justamente onde é a Praça Antonio Prado, no final portanto, da rua que então se conhecia como "rua do Paço de Manoel Paes Linhares".
Essa igrejinha do Rosário foi vista. por muitas vezes, em épocas posteriores, nos aspectos fotográficos da São Paulo antiga, erigida ali no início da hoje rua João Bricola. Com o tempo, e por causa da igreja, a rua passou a chamar-se rua do Rosário dos Pretos, lembrando sempre essa designação que era o caminho para a igreja do Rosário. E por que pretos? Porque a concorrência era na maioria de homens de cor.
Mais tarde, com o advento da monarquia, o governo lhe deu, pomposamente, o nome de rua da Imperatriz. E por todo o tempo do reinado dos dois Pedros ela assim se conservou, aformoseando-se quanto pode e carreando para aquele ponto o movimento social de São Paulo para Piratininga.
Depois, veio a República. E com a mudança política lá se foi de roldão o nome da Imperatriz e a rua tomou então o nome que ainda tem hoje, XV de Novembro, para comemorar a data da proclamação, em 1889.
Daí por diante a rua criou alma nova. O comércio mais ou menos chic localizou-se nela,e foi avançando. Veio calçamento melhor e com a distensão dos espaços que o progresso requeria, a igrejinha teve de ser demolida para que se fizesse em seu lugar a Praça Antonio Prado que deu abertura para a Avenida São João, até então um barranco com ladeira para o Paissandú.
Armarinho, secos e molhados, oficinas pequenas, pelo século XIX, fizeram o orgulho da primitiva rua da Imperatriz. Depois vieram as lojas de mais luxo, as confeitarias e casas importadoras, já no regime republicano, destacando-se sobretudo os cafés de mesinha, com média e pão quente.
Já no princípio do século XX, a rua XV de Novembro era a preferida para passeios elegantes. Foi ali o "footing" das moças bonitas e dos pelintras de chapéu de palha, cognominados de "almofadinhas".
Mais tarde, já mais para o nosso tempo, com o fim da administração do prefeito Antonio Prado, as casas comerciais foram desaparecendo para dar lugas a Bancos. A cidade crescia nos fatores econômicos financeiro e era preciso dar vida ativa ao comércio bancário. E até hoje ali proliferam os Bancos, e Bancos. E porque assim se materializou no interesse do cifrão, a antiga preferência social dos frequentadores jovens passou para a rua Barão de Itapetininga.Fonte: São Paulo de Antigamente - Manoel Vitor - Grafisyl Editora Gráfica Ltda
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