Origem da Lapa remonta aos primórdios do povoamento de São Paulo de Piratininga
As origens da Lapa remontam aos primórdios do povoamento de São Paulo de Piratininga. A primeira notícia sobre a região é de 1581, quando os jesuítas receberam uma sesmaria junto ao Rio Emboaçava, depois chamado Pinheiros.
Entre os imóveis da então denominada paragem do Emboaçava, a partir dos meados do século XVIII destacou-se a "fazendinha da Lapa", vizinha aos sítios da Água Branca, Mandi, Emboaçava e Tabatinguá. Em 1743 os jesuítas deixaram a região. Em 1765, toda a paragem de Emboaçava continha apenas 5 casas com 31 habitantes.
Em 1805, período de incremento da produção de cana de açúcar, todo o movimento de tropas da rota que ligava a Vila de Itu a São Paulo e litoral foi desviado em razão das péssimas condições da ponte sobre o Rio Pinheiros. Aproveitou-se, então, a comodidade da ponte do Sítio do Coronel Anastácio de Freitas Troncoso.
A qualidade do barro nas margens do Rio Tietê favoreceu em meados do século XIX o desenvolvimento de algumas olarias e o crescimento do povoado, reforçando a urbanização do bairro que começava a tornar-se industrial.
Na Segunda metade do século passado, São Paulo começou a viver o apogeu da economia cafeeira. Nessa época, o centro de produção de café transferia-se do Vale do Paraíba para a região de Campinas. Visando o escoamento do café para o mercado externo, foi fundada em 1860 a "Association of the São Paulo Railway Co. Ltda". Em 1867 foi inaugurada a estrada de ferro ligando Santos a Jundiaí, que passava por São Paulo, com algumas estações intermediárias. No lado oeste da cidade, a única estação implantada era a de Água Branca, local de cruzamento dos caminhos que ligavam a cidade à Freguesia do Ó, Pinheiros e Campinas. Pouco depois da inauguração, o trem também passou a fazer uma parada simples, próximo à ponte do sítio do Coronel Anastácio, para atender a população do então incipiente bairro da Lapa.
Neste período, a Lapa começava a apresentar os elementos que a definiriam como bairro urbano da cidade de São Paulo. As pequenas propriedades rurais da região começaram a ser loteadas, atraindo a crescente massa de imigrantes, principalmente italianos. Nesse processo foi aberto, na década de 1880, o loteamento de Vila Romana, composto de lotes agrícolas (chácaras).
No mesmo período foi lançado o loteamento do Grão Burgo da lapa, compreendendo o já existente núcleo da "Lapa de Baixo" e toda a atual região central do bairro. Data dessa época também o loteamento de Vila Sofia, hoje confundido com Vila Romana, composto por 808 lotes de características urbanas.
A ferrovia incentivou o surgimento das primeiras das primeiras indústrias da região, como a Vidraria Santa Marina e o Frigorífico Amour. Elas se beneficiaram da proximidade com o rio Tietê, multiplicando-se nas três décadas de 1930, as indústrias começaram a se expandir em direção a outras áreas, mais especificamente para a Vila Leopoldina (onde concentrou grandes indústrias, principalmente do ramo metalúrgico), Vila Hamburguesa e Anastácio.
Se num primeiro momento a ferrovia contribuiu para a implantação de indústrias na Lapa, nas décadas de 50 e 60, essa foi acelerada com a construção das marginais dos rios Pinheiros e Tietê e das rodovias.
Com a instalação das oficinas e da estação da S.P.R - São Paulo Railway, nos fins do século passado, a Lapa entrou no século XX como um verdadeiro bairro urbano da cidade de São Paulo. A "Lapa de Baixo" foi o local escolhido para fixar residência pelos funcionários transferidos, o que veio a incrementar o pequeno comércio local. Após dois ou três anos da instalação das oficinas, foram surgindo algumas casas na Lapa; umas de aparência importante, de propriedade dos mestres das oficinas, escriturários categorizados, e outras, pequenas, de propriedade de maquinistas, chefes de trens e raras de operários.
Nas primeiras décadas deste século, a "Lapa de Baixo" passou a contar com uma melhor infra-estrutura urbana. Em 1915 estava pronta a rede de esgoto da Barra Funda, Água Branca e Lapa. Surgiram o comércio, as escolas, o bonde, a nova matriz, os cinemas, a imprensa e a iluminação pública. O Largo da lapa transformou-se no primeiro pólo comercial do Bairro, servindo a outras regiões que se situavam ao longo da linha de trem.
Com a chegada dos bondes que vinham do centro até a rua Guaicurus, desenvolveu-se o comércio na "Lapa de Cima". Em 1908 fundou-se a Cooperativa dos Operários da Ferrovia na rua 12 de Outubro. Mas é na década de 20 que o comércio tomou impulso nas ruas Dr. Cincinato Pomponet, 12 de Outubro e adjacências.
A partir do final da I Grande Guerra Mundial, surgem novos loteamentos e o bairro passou a expandir seus limites: A Vila Anastácio, urbanizada em 1919, e a Vila Ipojuca, em 1921, passaram a ser ocupadas por imigrantes do leste europeu. A partir de 1920 a Cia City realizou os loteamentos do Alto da Lapa e Bela Aliança. A Vila Leopoldina foi retalhada em lotes urbanos em 1926. Desta forma estava definida a estrutura básica da Lapa atual.
Sendo pólo urbano de ligação entre os bairros e municípios da Zona Oeste, a Lapa viu crescer um comércio que se tornou um dos mais importantes da cidade. A partir de 1943, com a inauguração da rodovia Anhanguera, o bairro sofreu grandes transformações, acelerando-se novamente o crescimento comercial. Em 1954 foi criado o Mercado Municipal no mesmo local onde se realizava a maior feira livre da capital. Em 1966 surgiu o CEASA - Atual CEAGESP - na Vila Leopoldina e, em 1968, foi inaugurado na Rua Catão o segundo Shopping Center do município.
Ao findar a terceira década do presente século, São Paulo aparecia como o maior centro industrial da América do Sul. Nesse período, até 1950, a cidade expandiu-se em todas as direções, mas foi para oeste e para o sul que tal expansão se verificou com mais intensidade. Foram nessas regiões que se instalaram as mais importantes e características áreas industriais.
No rumo oeste, a cidade ligou-se definitivamente à Lapa e mesmo a ultrapassou, graças à ocupação da zona marginal, das vias férreas e à radial Av. Água Branca - Rua Guaicurus, ao sul da qual, já no espigão divisor Tietê - Pinheiros, vieram a surgir bairros operários e de classe média.
O vertiginoso crescimento pelo qual passou o bairro da Lapa nestes últimos 50 anos proporcionou-lhe muitas melhorias, visto ser hoje um dos bairros mais bem servidos de infra-estrutura urbana। A implantação do Terminal Intermodal da Barra Funda deu ao bairro um novo impulso, trazendo junto consigo a implantação de equipamentos de abrangência metropolitana como, por exemplo, o Memorial da América Latina e a instalação de grandes shopping centers e universidades.
Antigo matadouro da Lapa é hoje a sede da subprefeitura
Construído para fiscalizar as carnes comercializadas e coibir os abusos dos matadouros particulares, o matadouro tinha um recinto anexo, denominado Tendal, onde as carnes eram separadas, expostas e vendidas.
O Tendal da Lapa foi o segundo matadouro da cidade de São Paulo. O primeiro, localizado na Vila Mariana – hoje sede da cinemateca brasileira, foi inaugurado em janeiro de 1887.
Construído pela municipalidade para fiscalizar as carnes comercializadas e coibir os abusos dos vários matadouros particulares, o matadouro tinha um recinto anexo, denominado Tendal, onde as carnes eram separadas, expostas e onde os intermediários compravam pela melhor oferta.
Com a rápida expansão urbana de São Paulo, a região do matadouro tornou-se densamente povoada, inviabilizando o seu funcionamento. Em 1927, ocorreu o seu fechamento definitivo, já que o abastecimento de carne passou a ser feito principalmente por empresas estrangeiras como a Armour, Frigorífico Anglo, entre outras.
A política nacionalista de Getúlio Vargas retomou a municipalização do abastecimento de carne, e um novo tendal foi construído em um terreno de 10.000 metros na rua Guaicurus, no bairro da Lapa, por ser uma região predominantemente industrial, com fundos para a estrada de ferro, que facilitava o transporte das mercadorias.
A partir dos anos de 1950, com o fim da obrigatoriedade das carnes passarem pelo Tendal Municipal para serem distribuídas, o prédio começou a ser utilizado por criadores que não possuíam tendais na capital, passando às mãos da iniciativa privada.
O encerramento das atividades ligadas ao abate e fiscalização de carnes levou o Tendal da Lapa a um período de deterioração a partir dos anos 70. Vários projetos de ocupação foram elaborados, mas nenhum foi levado a cabo.
Desde 1990, esse espaço passou a ser ocupado pela Administração Regional da Lapa - atual sede da subprefeitura -, e por grupos de teatro, e atualmente encontra-se em processo de tombamento pelo CONPRESP.
Fonte: Departamento do Patrimônio Histórico (DPH)
Lapa: onde os moradores ainda se reúnem para bordar e tecer suas histórias
Formada pelos distritos Lapa, Vila Leopoldina, Jaguara, Barra Funda e Perdizes, e com população estimada em 480 mil habitantes, em uma área de 40,1 km², a região parece ter um ritmo diferente que o da agitada metrópole.
Em meio à confusão e à velocidade da cidade grande, o hábito de parar para conversar com os vizinhos e contar histórias de vida parece um pouco fora de moda.
Mas não para os moradores da Subprefeitura Lapa. Formada pelos distritos Lapa, Vila Leopoldina, Jaguara, Barra Funda e Perdizes, e com uma população estimada em 480 mil habitantes, dentro de uma área de 40,1 km², a região parece ter um ritmo diferente que o da agitada metrópole paulistana. Na Lapa, sempre há tempo para bordar, tecer e entrelaçar histórias.
É uma vocação presente, por exemplo, em José Carlos de Barros Lima, diretor do Colégio Santo Ivo. Desde 1991, ele vem pesquisando a história do bairro da Lapa. Naquele ano, José Carlos ocupava o cargo de superintendente da Associação Comercial da Lapa e ficou encarregado de fazer o discurso para as comemorações do 246º aniversário do bairro, comemorado no dia 12 de outubro, para apresentar na associação.
Durante as pesquisas para escrever o discurso, suspeitou que aquela data poderia estar errada e que a Lapa deveria ser bem mais antiga do que se acreditava. Em 1994, após três anos consultando os documentos do Arquivo Histórico Municipal, fez uma descoberta surpreendente, que acabou mudando a data da fundação da Lapa.
Por volta de 1590, corriam boatos de que os índios da região planejavam um ataque à Vila de São Paulo, formada por 140 moradias em torno do Pátio do Colégio. Os dois grandes rios de São Paulo, Pinheiros e Tietê, e as serras que cercam a cidade, eram defesas naturais.
A única fronteira vulnerável ficava na região hoje ocupada pela Lapa: próximo ao local onde o Pinheiros, na época chamado Jeribatiba, encontra o Tietê – então conhecido como Anhembi —, havia um ponto onde este poderia ser ultrapassado sem grandes dificuldades, por sobre as pedras ali existentes, chamado pelos índios de “Emboaçava”, que em Tupi-Guarani se chama “lugar por onde se passa”.
Perto dali, o bandeirante Afonso Sardinha possuía uma sesmaria e garimpava ouro no Pico do Jaraguá. A partir de uma decisão da Câmara de São Paulo e com o apoio do Padre Anchieta, Sardinha construiu ali, em 1590, uma fortaleza, denominada “Tranqueira do Emboaçava”, com o objetivo de proteger a cidade. No entorno desta edificação apareceram agregados, surgindo então a Vila do Forte, povoado que antecedeu a Lapa.
Durante 150 anos, a região ficou conhecida como Emboaçava. Em 1740, o padre Ângelo de Siqueira Ribeiro do Prado doou à Companhia de Jesus a fazenda que possuía no local e onde havia uma capela com uma imagem de Nossa Senhora da Lapa. A única condição era que, uma vez por ano, os jesuítas fossem até lá rezar uma missa para a santa.
O local passou a ser conhecido como “Fazendinha Jesuítica da Lapa” e, logo, simplesmente como “Lapa”. Alguns anos depois, os jesuítas trocaram a Lapa pela área onde hoje está o município de Cubatão, que era de propriedade do Coronel Diogo Pinto do Rego, levando para lá a imagem da santa, que hoje é a padroeira da cidade. Anos mais tarde, a Marquesa de Santos, amante de Dom Pedro I, também foi proprietária da Lapa.
A forma atual da Lapa começou a se desenhar no final do século XIX, com os loteamentos que deram origem ao Grão Burgo da Lapa – que abrange a região onde hoje está a Lapa de Baixo – e à Vila Romana. O loteamento realizado pela Companhia City no início do século XX deu origem ao Alto da Lapa.
Museu e indústrias
Foi tecendo essas histórias sobre seu bairro que José Carlos Barros de Lima chegou à história de seu pai, José Getúlio de Lima. Membro da diretoria do Centro Acadêmico 11 de Agosto, José Getúlio lutou na Revolução Constitucionalista de 1932. Em parte para homenagear a seu pai e, em parte, ainda o resgate da história da Lapa, José Carlos trabalha na criação de um museu sobre a revolução de 1932, com destaque para a participação do bairro no movimento. Conta, por exemplo, que foram indústrias da Lapa - Martins Ferreira e a indústria de móveis de aço Fiel - que fabricaram os capacetes utilizados pelos combatentes paulistas.
A presença de grandes indústrias – como a Companhia Melhoramentos, Siemens, Indústrias Matarazzo e Santa Marina – sempre foi uma característica importante de toda a área da Subprefeitura Lapa – e isso foi fundamental para seu desenvolvimento.
Primeiro porque seus operários, ao formarem alguns dos primeiros sindicatos da cidade de São Paulo, contribuíram para a politização que existe até hoje na região. Segundo, porque acabaram levando uma boa infra-estrutura para lá, o que pode ser observado através da presença de alguns equipamentos importantes para a cidade, como o entreposto da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) na Vila Leopoldina, maior feira de alimentos da América Latina, com nove mil toneladas comercializadas diariamente, em uma área de 650 mil m².
A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), fundada em 1946 e localizada no bairro de Perdizes, é considerada uma das mais importantes instituições de ensino do país. E na Barra Funda, o Terminal Intermodal – que reúne metrô, trens, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais - e o Memorial da América Latina vem ajudando a recuperar a região desde 1989, quando os dois equipamentos foram inaugurados.
Além dos rios
Os bairros que estão além dos dois rios – Jaguaré e Vila Jaguara – não contam com a mesma infra-estrutura do restante da subprefeitura. Mas seus moradores apostam na proximidade com o Rodoanel e com as rodovias Bandeirantes, Anhangüera e Presidente Castelo Branco como motores para seu progresso.
Em comum, o amor que os moradores sentem pelos bairros e a importância que dão à memória de sua região. No Jaguaré, distrito localizado parte na subprefeitura Lapa e parte no Butantã, o resgate histórico é uma das atribuições da Sociedade Amigos do Jaguaré - SAJA, presidida por José Gilberto Martins.
Exemplo disso é o trabalho que a SAJA realizou no relógio do mirante do Jaguaré. Construído em 1943, com 28 metros de altura, o mirante oferece uma visão ampla do bairro e das regiões vizinhas. Abandonado pelo poder público, a obra se deteriorou. A SAJA realizou uma série de reformas no mirante, pintando o relógio e remodelando o jardim. Aguardam agora, que o poder público conclua essa a reforma.
A fuga e o retorno das indústrias
O relógio está ligado à história do bairro fundado em 1935 por Henrique Dumont Villares, sobrinho de Santos Dumont e presidente da S/A Imobiliária Jaguaré, e uma das poucas áreas de São Paulo que contou com planejamento urbanístico. O bairro foi dividido em áreas residenciais, comerciais e industriais. Foram construídas 42 praças e casas para os funcionários da empresa. O relógio foi erguido como um símbolo para o bairro.
A deterioração do relógio também está ligada à decadência do bairro, a partir da década de 1980, com a saída de muitas fábricas. Atualmente, o Jaguaré passa por um bom momento, com o retorno das indústrias, motivadas pelo acesso às principais rodovias de São Paulo.
Na Vila Jaguara, a atenção que o diretor cultural da Sociedade dos Amigos da Vila Jaguara - SAVIJA, Eduardo Rosmaninho, dedica ao seu bairro se explica pelo envolvimento de sua família com o local: seu avô foi Francisco Cordeiro, primeiro comprador de um lote na vila, em 1923. “Lavaredas”, como era conhecido, havia vindo de Portugal em 1913 e em 1927 se estabeleceu no bairro, onde teve um bar, freqüentado por portugueses de toda a cidade que iam até lá para comer escabeche e sardinha “na vó Júlia”, como conta Rosmaninho.
O primeiro morador do bairro foi Francisco Manoel Saraiva, que se estabeleceu no bairro com sua família pouco antes de Lavaredas. Seu filho, Benjamin José Saraiva, hoje com 90 anos e que na época tinha 6, lembra das dificuldades daqueles anos, quando “não tinha iluminação, não tinha calçamento e, se morria alguém, tinha que ir até a Mooca para comprar um caixão”. Mas, mesmo assim, sente saudades daquele tempo: “o povo daqui era uma maravilha!”, diz.
"Cidade" do interior
Apesar das mudanças sofridas ao longo dos anos, o carinho pelo bairro permanece. Como no caso do próprio Rosmaninho, que hoje mora na avenida Pompéia mas mantém seu negócio no bairro: “poderia passar o ponto adiante e ir cuidar da vida. Mas minha história está toda aqui”. E acrescenta: “o Jaguara parece uma cidade do interior dentro de São Paulo”.
Um bom exemplo do aspecto interiorano da Vila Jaguara é a farmácia de Hélio Gottardo. O farmacêutico está no bairro desde 1954, quando montou seu estabelecimento. Durante muito tempo, foi uma espécie de médico do bairro, e atendeu a quase todos seus moradores. Ainda hoje, muitos de seus antigos fregueses vão ao médico e fazem uma segunda “consulta” com ele, “para saber se o médico está certo”.
Os moradores da Subprefeitura Lapa possuem a consciência de que bordar histórias não é somente lembrá-las, mas, sobretudo, fazê-las. Sem deixar de elogiar o trabalho que a subprefeitura vem realizando, todos destacam a importância que tem as iniciativas da comunidade.
Segundo José Gilberto Martins, muitas das melhorias realizadas no Jaguaré partiram do empenho da SAJA. Cita como exemplos a recuperação do relógio do mirante, a pavimentação das ruas do bairro e a UBS que está localizada ao lado desse relógio. Hoje, as principais revindicações da SAJA dizem respeito a problemas como o crescimento das favelas, o déficit de creches e a verticalização do bairro. A verticalização é também uma preocupação na Vila Jaguara, que reivindica ainda, mais opções de lazer para a região. Rosmaninho também destaca o papel exercido pela Savija nas conquistas do bairro.
Para José Carlos, da Lapa, o mais importante é a unidade que as entidades conseguiram. Cita como exemplo a indústria de compostagem desativada em 2004. “Essa luta começou em 1992, com Gláucia Prata. Ganhou força mais recentemente, com a adesão das entidades”, conta. A Prefeitura está estudando a possibilidade de transformar a área em um parque. “As posições das entidades”, explica José Carlos, “são políticas e não partidárias”.
José Carlos é otimista quanto às novas gerações de lapeanos: “Eu aposto no exemplo. Não adianta dizer aos jovens faça isso ou aquilo. É preciso olhar o que a nossa região já fez de bom. Como eu vejo o exemplo do meu pai e fico feliz de ver o trabalho que estamos realizando por aqui”.
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