terça-feira, 2 de junho de 2009

Lapa

Origem da Lapa remonta aos primórdios do povoamento de São Paulo de Piratininga
As origens da Lapa remontam aos primórdios do povoamento de São Paulo de Piratininga. A primeira notícia sobre a região é de 1581, quando os jesuítas receberam uma sesmaria junto ao Rio Emboaçava, depois chamado Pinheiros.
Entre os imóveis da então denominada paragem do Emboaçava, a partir dos meados do século XVIII destacou-se a "fazendinha da Lapa", vizinha aos sítios da Água Branca, Mandi, Emboaçava e Tabatinguá. Em 1743 os jesuítas deixaram a região. Em 1765, toda a paragem de Emboaçava continha apenas 5 casas com 31 habitantes.
Em 1805, período de incremento da produção de cana de açúcar, todo o movimento de tropas da rota que ligava a Vila de Itu a São Paulo e litoral foi desviado em razão das péssimas condições da ponte sobre o Rio Pinheiros. Aproveitou-se, então, a comodidade da ponte do Sítio do Coronel Anastácio de Freitas Troncoso.
A qualidade do barro nas margens do Rio Tietê favoreceu em meados do século XIX o desenvolvimento de algumas olarias e o crescimento do povoado, reforçando a urbanização do bairro que começava a tornar-se industrial.
Na Segunda metade do século passado, São Paulo começou a viver o apogeu da economia cafeeira. Nessa época, o centro de produção de café transferia-se do Vale do Paraíba para a região de Campinas. Visando o escoamento do café para o mercado externo, foi fundada em 1860 a "Association of the São Paulo Railway Co. Ltda". Em 1867 foi inaugurada a estrada de ferro ligando Santos a Jundiaí, que passava por São Paulo, com algumas estações intermediárias. No lado oeste da cidade, a única estação implantada era a de Água Branca, local de cruzamento dos caminhos que ligavam a cidade à Freguesia do Ó, Pinheiros e Campinas. Pouco depois da inauguração, o trem também passou a fazer uma parada simples, próximo à ponte do sítio do Coronel Anastácio, para atender a população do então incipiente bairro da Lapa.
Neste período, a Lapa começava a apresentar os elementos que a definiriam como bairro urbano da cidade de São Paulo. As pequenas propriedades rurais da região começaram a ser loteadas, atraindo a crescente massa de imigrantes, principalmente italianos. Nesse processo foi aberto, na década de 1880, o loteamento de Vila Romana, composto de lotes agrícolas (chácaras).
No mesmo período foi lançado o loteamento do Grão Burgo da lapa, compreendendo o já existente núcleo da "Lapa de Baixo" e toda a atual região central do bairro. Data dessa época também o loteamento de Vila Sofia, hoje confundido com Vila Romana, composto por 808 lotes de características urbanas.
A ferrovia incentivou o surgimento das primeiras das primeiras indústrias da região, como a Vidraria Santa Marina e o Frigorífico Amour. Elas se beneficiaram da proximidade com o rio Tietê, multiplicando-se nas três décadas de 1930, as indústrias começaram a se expandir em direção a outras áreas, mais especificamente para a Vila Leopoldina (onde concentrou grandes indústrias, principalmente do ramo metalúrgico), Vila Hamburguesa e Anastácio.
Se num primeiro momento a ferrovia contribuiu para a implantação de indústrias na Lapa, nas décadas de 50 e 60, essa foi acelerada com a construção das marginais dos rios Pinheiros e Tietê e das rodovias.
Com a instalação das oficinas e da estação da S.P.R - São Paulo Railway, nos fins do século passado, a Lapa entrou no século XX como um verdadeiro bairro urbano da cidade de São Paulo. A "Lapa de Baixo" foi o local escolhido para fixar residência pelos funcionários transferidos, o que veio a incrementar o pequeno comércio local. Após dois ou três anos da instalação das oficinas, foram surgindo algumas casas na Lapa; umas de aparência importante, de propriedade dos mestres das oficinas, escriturários categorizados, e outras, pequenas, de propriedade de maquinistas, chefes de trens e raras de operários.
Nas primeiras décadas deste século, a "Lapa de Baixo" passou a contar com uma melhor infra-estrutura urbana. Em 1915 estava pronta a rede de esgoto da Barra Funda, Água Branca e Lapa. Surgiram o comércio, as escolas, o bonde, a nova matriz, os cinemas, a imprensa e a iluminação pública. O Largo da lapa transformou-se no primeiro pólo comercial do Bairro, servindo a outras regiões que se situavam ao longo da linha de trem.
Com a chegada dos bondes que vinham do centro até a rua Guaicurus, desenvolveu-se o comércio na "Lapa de Cima". Em 1908 fundou-se a Cooperativa dos Operários da Ferrovia na rua 12 de Outubro. Mas é na década de 20 que o comércio tomou impulso nas ruas Dr. Cincinato Pomponet, 12 de Outubro e adjacências.
A partir do final da I Grande Guerra Mundial, surgem novos loteamentos e o bairro passou a expandir seus limites: A Vila Anastácio, urbanizada em 1919, e a Vila Ipojuca, em 1921, passaram a ser ocupadas por imigrantes do leste europeu. A partir de 1920 a Cia City realizou os loteamentos do Alto da Lapa e Bela Aliança. A Vila Leopoldina foi retalhada em lotes urbanos em 1926. Desta forma estava definida a estrutura básica da Lapa atual.
Sendo pólo urbano de ligação entre os bairros e municípios da Zona Oeste, a Lapa viu crescer um comércio que se tornou um dos mais importantes da cidade. A partir de 1943, com a inauguração da rodovia Anhanguera, o bairro sofreu grandes transformações, acelerando-se novamente o crescimento comercial. Em 1954 foi criado o Mercado Municipal no mesmo local onde se realizava a maior feira livre da capital. Em 1966 surgiu o CEASA - Atual CEAGESP - na Vila Leopoldina e, em 1968, foi inaugurado na Rua Catão o segundo Shopping Center do município.
Ao findar a terceira década do presente século, São Paulo aparecia como o maior centro industrial da América do Sul. Nesse período, até 1950, a cidade expandiu-se em todas as direções, mas foi para oeste e para o sul que tal expansão se verificou com mais intensidade. Foram nessas regiões que se instalaram as mais importantes e características áreas industriais.
No rumo oeste, a cidade ligou-se definitivamente à Lapa e mesmo a ultrapassou, graças à ocupação da zona marginal, das vias férreas e à radial Av. Água Branca - Rua Guaicurus, ao sul da qual, já no espigão divisor Tietê - Pinheiros, vieram a surgir bairros operários e de classe média.
O vertiginoso crescimento pelo qual passou o bairro da Lapa nestes últimos 50 anos proporcionou-lhe muitas melhorias, visto ser hoje um dos bairros mais bem servidos de infra-estrutura urbana। A implantação do Terminal Intermodal da Barra Funda deu ao bairro um novo impulso, trazendo junto consigo a implantação de equipamentos de abrangência metropolitana como, por exemplo, o Memorial da América Latina e a instalação de grandes shopping centers e universidades.


Antigo matadouro da Lapa é hoje a sede da subprefeitura
Construído para fiscalizar as carnes comercializadas e coibir os abusos dos matadouros particulares, o matadouro tinha um recinto anexo, denominado Tendal, onde as carnes eram separadas, expostas e vendidas.
O Tendal da Lapa foi o segundo matadouro da cidade de São Paulo. O primeiro, localizado na Vila Mariana – hoje sede da cinemateca brasileira, foi inaugurado em janeiro de 1887.
Construído pela municipalidade para fiscalizar as carnes comercializadas e coibir os abusos dos vários matadouros particulares, o matadouro tinha um recinto anexo, denominado Tendal, onde as carnes eram separadas, expostas e onde os intermediários compravam pela melhor oferta.
Com a rápida expansão urbana de São Paulo, a região do matadouro tornou-se densamente povoada, inviabilizando o seu funcionamento. Em 1927, ocorreu o seu fechamento definitivo, já que o abastecimento de carne passou a ser feito principalmente por empresas estrangeiras como a Armour, Frigorífico Anglo, entre outras.
A política nacionalista de Getúlio Vargas retomou a municipalização do abastecimento de carne, e um novo tendal foi construído em um terreno de 10.000 metros na rua Guaicurus, no bairro da Lapa, por ser uma região predominantemente industrial, com fundos para a estrada de ferro, que facilitava o transporte das mercadorias.
A partir dos anos de 1950, com o fim da obrigatoriedade das carnes passarem pelo Tendal Municipal para serem distribuídas, o prédio começou a ser utilizado por criadores que não possuíam tendais na capital, passando às mãos da iniciativa privada.
O encerramento das atividades ligadas ao abate e fiscalização de carnes levou o Tendal da Lapa a um período de deterioração a partir dos anos 70. Vários projetos de ocupação foram elaborados, mas nenhum foi levado a cabo.
Desde 1990, esse espaço passou a ser ocupado pela Administração Regional da Lapa - atual sede da subprefeitura -, e por grupos de teatro, e atualmente encontra-se em processo de tombamento pelo CONPRESP.
Fonte: Departamento do Patrimônio Histórico (DPH)

Lapa: onde os moradores ainda se reúnem para bordar e tecer suas histórias
Formada pelos distritos Lapa, Vila Leopoldina, Jaguara, Barra Funda e Perdizes, e com população estimada em 480 mil habitantes, em uma área de 40,1 km², a região parece ter um ritmo diferente que o da agitada metrópole.
Em meio à confusão e à velocidade da cidade grande, o hábito de parar para conversar com os vizinhos e contar histórias de vida parece um pouco fora de moda.
Mas não para os moradores da Subprefeitura Lapa. Formada pelos distritos Lapa, Vila Leopoldina, Jaguara, Barra Funda e Perdizes, e com uma população estimada em 480 mil habitantes, dentro de uma área de 40,1 km², a região parece ter um ritmo diferente que o da agitada metrópole paulistana. Na Lapa, sempre há tempo para bordar, tecer e entrelaçar histórias.
É uma vocação presente, por exemplo, em José Carlos de Barros Lima, diretor do Colégio Santo Ivo. Desde 1991, ele vem pesquisando a história do bairro da Lapa. Naquele ano, José Carlos ocupava o cargo de superintendente da Associação Comercial da Lapa e ficou encarregado de fazer o discurso para as comemorações do 246º aniversário do bairro, comemorado no dia 12 de outubro, para apresentar na associação.
Durante as pesquisas para escrever o discurso, suspeitou que aquela data poderia estar errada e que a Lapa deveria ser bem mais antiga do que se acreditava. Em 1994, após três anos consultando os documentos do Arquivo Histórico Municipal, fez uma descoberta surpreendente, que acabou mudando a data da fundação da Lapa.
Por volta de 1590, corriam boatos de que os índios da região planejavam um ataque à Vila de São Paulo, formada por 140 moradias em torno do Pátio do Colégio. Os dois grandes rios de São Paulo, Pinheiros e Tietê, e as serras que cercam a cidade, eram defesas naturais.
A única fronteira vulnerável ficava na região hoje ocupada pela Lapa: próximo ao local onde o Pinheiros, na época chamado Jeribatiba, encontra o Tietê – então conhecido como Anhembi —, havia um ponto onde este poderia ser ultrapassado sem grandes dificuldades, por sobre as pedras ali existentes, chamado pelos índios de “Emboaçava”, que em Tupi-Guarani se chama “lugar por onde se passa”.
Perto dali, o bandeirante Afonso Sardinha possuía uma sesmaria e garimpava ouro no Pico do Jaraguá. A partir de uma decisão da Câmara de São Paulo e com o apoio do Padre Anchieta, Sardinha construiu ali, em 1590, uma fortaleza, denominada “Tranqueira do Emboaçava”, com o objetivo de proteger a cidade. No entorno desta edificação apareceram agregados, surgindo então a Vila do Forte, povoado que antecedeu a Lapa.
Durante 150 anos, a região ficou conhecida como Emboaçava. Em 1740, o padre Ângelo de Siqueira Ribeiro do Prado doou à Companhia de Jesus a fazenda que possuía no local e onde havia uma capela com uma imagem de Nossa Senhora da Lapa. A única condição era que, uma vez por ano, os jesuítas fossem até lá rezar uma missa para a santa.
O local passou a ser conhecido como “Fazendinha Jesuítica da Lapa” e, logo, simplesmente como “Lapa”. Alguns anos depois, os jesuítas trocaram a Lapa pela área onde hoje está o município de Cubatão, que era de propriedade do Coronel Diogo Pinto do Rego, levando para lá a imagem da santa, que hoje é a padroeira da cidade. Anos mais tarde, a Marquesa de Santos, amante de Dom Pedro I, também foi proprietária da Lapa.
A forma atual da Lapa começou a se desenhar no final do século XIX, com os loteamentos que deram origem ao Grão Burgo da Lapa – que abrange a região onde hoje está a Lapa de Baixo – e à Vila Romana. O loteamento realizado pela Companhia City no início do século XX deu origem ao Alto da Lapa.
Museu e indústrias
Foi tecendo essas histórias sobre seu bairro que José Carlos Barros de Lima chegou à história de seu pai, José Getúlio de Lima. Membro da diretoria do Centro Acadêmico 11 de Agosto, José Getúlio lutou na Revolução Constitucionalista de 1932. Em parte para homenagear a seu pai e, em parte, ainda o resgate da história da Lapa, José Carlos trabalha na criação de um museu sobre a revolução de 1932, com destaque para a participação do bairro no movimento. Conta, por exemplo, que foram indústrias da Lapa - Martins Ferreira e a indústria de móveis de aço Fiel - que fabricaram os capacetes utilizados pelos combatentes paulistas.
A presença de grandes indústrias – como a Companhia Melhoramentos, Siemens, Indústrias Matarazzo e Santa Marina – sempre foi uma característica importante de toda a área da Subprefeitura Lapa – e isso foi fundamental para seu desenvolvimento.
Primeiro porque seus operários, ao formarem alguns dos primeiros sindicatos da cidade de São Paulo, contribuíram para a politização que existe até hoje na região. Segundo, porque acabaram levando uma boa infra-estrutura para lá, o que pode ser observado através da presença de alguns equipamentos importantes para a cidade, como o entreposto da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) na Vila Leopoldina, maior feira de alimentos da América Latina, com nove mil toneladas comercializadas diariamente, em uma área de 650 mil m².
A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), fundada em 1946 e localizada no bairro de Perdizes, é considerada uma das mais importantes instituições de ensino do país. E na Barra Funda, o Terminal Intermodal – que reúne metrô, trens, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais - e o Memorial da América Latina vem ajudando a recuperar a região desde 1989, quando os dois equipamentos foram inaugurados.
Além dos rios
Os bairros que estão além dos dois rios – Jaguaré e Vila Jaguara – não contam com a mesma infra-estrutura do restante da subprefeitura. Mas seus moradores apostam na proximidade com o Rodoanel e com as rodovias Bandeirantes, Anhangüera e Presidente Castelo Branco como motores para seu progresso.
Em comum, o amor que os moradores sentem pelos bairros e a importância que dão à memória de sua região. No Jaguaré, distrito localizado parte na subprefeitura Lapa e parte no Butantã, o resgate histórico é uma das atribuições da Sociedade Amigos do Jaguaré - SAJA, presidida por José Gilberto Martins.
Exemplo disso é o trabalho que a SAJA realizou no relógio do mirante do Jaguaré. Construído em 1943, com 28 metros de altura, o mirante oferece uma visão ampla do bairro e das regiões vizinhas. Abandonado pelo poder público, a obra se deteriorou. A SAJA realizou uma série de reformas no mirante, pintando o relógio e remodelando o jardim. Aguardam agora, que o poder público conclua essa a reforma.
A fuga e o retorno das indústrias
O relógio está ligado à história do bairro fundado em 1935 por Henrique Dumont Villares, sobrinho de Santos Dumont e presidente da S/A Imobiliária Jaguaré, e uma das poucas áreas de São Paulo que contou com planejamento urbanístico. O bairro foi dividido em áreas residenciais, comerciais e industriais. Foram construídas 42 praças e casas para os funcionários da empresa. O relógio foi erguido como um símbolo para o bairro.
A deterioração do relógio também está ligada à decadência do bairro, a partir da década de 1980, com a saída de muitas fábricas. Atualmente, o Jaguaré passa por um bom momento, com o retorno das indústrias, motivadas pelo acesso às principais rodovias de São Paulo.
Na Vila Jaguara, a atenção que o diretor cultural da Sociedade dos Amigos da Vila Jaguara - SAVIJA, Eduardo Rosmaninho, dedica ao seu bairro se explica pelo envolvimento de sua família com o local: seu avô foi Francisco Cordeiro, primeiro comprador de um lote na vila, em 1923. “Lavaredas”, como era conhecido, havia vindo de Portugal em 1913 e em 1927 se estabeleceu no bairro, onde teve um bar, freqüentado por portugueses de toda a cidade que iam até lá para comer escabeche e sardinha “na vó Júlia”, como conta Rosmaninho.
O primeiro morador do bairro foi Francisco Manoel Saraiva, que se estabeleceu no bairro com sua família pouco antes de Lavaredas. Seu filho, Benjamin José Saraiva, hoje com 90 anos e que na época tinha 6, lembra das dificuldades daqueles anos, quando “não tinha iluminação, não tinha calçamento e, se morria alguém, tinha que ir até a Mooca para comprar um caixão”. Mas, mesmo assim, sente saudades daquele tempo: “o povo daqui era uma maravilha!”, diz.
"Cidade" do interior
Apesar das mudanças sofridas ao longo dos anos, o carinho pelo bairro permanece. Como no caso do próprio Rosmaninho, que hoje mora na avenida Pompéia mas mantém seu negócio no bairro: “poderia passar o ponto adiante e ir cuidar da vida. Mas minha história está toda aqui”. E acrescenta: “o Jaguara parece uma cidade do interior dentro de São Paulo”.
Um bom exemplo do aspecto interiorano da Vila Jaguara é a farmácia de Hélio Gottardo. O farmacêutico está no bairro desde 1954, quando montou seu estabelecimento. Durante muito tempo, foi uma espécie de médico do bairro, e atendeu a quase todos seus moradores. Ainda hoje, muitos de seus antigos fregueses vão ao médico e fazem uma segunda “consulta” com ele, “para saber se o médico está certo”.
Os moradores da Subprefeitura Lapa possuem a consciência de que bordar histórias não é somente lembrá-las, mas, sobretudo, fazê-las. Sem deixar de elogiar o trabalho que a subprefeitura vem realizando, todos destacam a importância que tem as iniciativas da comunidade.
Segundo José Gilberto Martins, muitas das melhorias realizadas no Jaguaré partiram do empenho da SAJA. Cita como exemplos a recuperação do relógio do mirante, a pavimentação das ruas do bairro e a UBS que está localizada ao lado desse relógio. Hoje, as principais revindicações da SAJA dizem respeito a problemas como o crescimento das favelas, o déficit de creches e a verticalização do bairro. A verticalização é também uma preocupação na Vila Jaguara, que reivindica ainda, mais opções de lazer para a região. Rosmaninho também destaca o papel exercido pela Savija nas conquistas do bairro.
Para José Carlos, da Lapa, o mais importante é a unidade que as entidades conseguiram. Cita como exemplo a indústria de compostagem desativada em 2004. “Essa luta começou em 1992, com Gláucia Prata. Ganhou força mais recentemente, com a adesão das entidades”, conta. A Prefeitura está estudando a possibilidade de transformar a área em um parque. “As posições das entidades”, explica José Carlos, “são políticas e não partidárias”.
José Carlos é otimista quanto às novas gerações de lapeanos: “Eu aposto no exemplo. Não adianta dizer aos jovens faça isso ou aquilo. É preciso olhar o que a nossa região já fez de bom. Como eu vejo o exemplo do meu pai e fico feliz de ver o trabalho que estamos realizando por aqui”.

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