sábado, 13 de junho de 2009

Penha


Conheça a história da Penha e também da Subprefeitura
Em 2 de agosto de 2002, a antiga Administração Regional, passou a ser denominada Subprefeitura Penha, em função da Lei 13.339 de 01/18/2002 que criou as Subprefeituras no Município. A partir dessa Lei, a Subprefeitura Penha passou a abranger apenas quatro distritos: Penha, Cangaiba, Vila Matilde e Artur Alvim.
Origem do povoado
Lancemos um olhar retrospectivo à época da fundação do Colégio de Anchieta e talvez divisemos a remota origem da Penha.Os inacianos, sob a esclarecida orientação do padre Manuel da Nóbrega, havia pouco tinham erguido a escola e a capela de taipa e algumas palhoças, no planalto de Piratininga.
A cidade nascera humildemente, a exemplo do Menino Jesus, numa manjedoura de palha, mas o seu destino, grandioso, já estava traçado. No recém-criado núcleo, se estabeleceram os descendentes de Tibiriçá e Caiubi. Todavia, ninguém se sentia tranqüilo no nascente povoado, pois todos temiam ataques de surpresa.
Por sua vez, os moradores de Santo André da Borda do Campo vieram para São Paulo de Piratininga, por sugestão de Nóbrega e Mem de Sá.Os goianos, os carijós e os tamoios, coligados, ameaçavam atacar a qualquer momento a paliçada planaltina.
Porém, os previdentes jesuítas instalaram vários aldeamentos até três léguas "por água e por terra" em pontos estratégicos da Vila, como: Guarulhos, Ururai, Barueri, Pinheiros, Carapicuíba, Itaquaquecetuba, Embu, Itapecerica, etc, que funcionariam como linhas de resistência.
O ataque previsto aconteceu em 9 de julho de 1562. João Ramalho, capitão defensor da Vila, seu sogro Tibiriçá, os guaianases e os portugueses repeliram corajosamente a investida, levando os adversários de vencida.Sucederam, ainda, outros ataques, como o de 1593 e o último de 1596, sendo novamente os inimigos vencidos. Entre os aldeamentos anchietanos, estava o de Ururai, datando mais ou menos de 1560 e que nasceu como um fortim.
Os silvícolas dessa tribo, subordinados ao cacique Piquerobi, eram guaianases e pertenciam à grande nação tupi. Eram arregimentados em aldeias. Tinham áreas primitivas. Possuíam títulos concessionários.
Habitavam toda a margem esquerda do Rio Grande, ou seja, Tatuapé, Penha e São Miguel. Portanto, uma das versões é de que o primitivo arraial da Penha, tenha se originado desse aldeamento. Também é apontada a hipótese de ter sido a trilha por onde os altivos filhos de Tibiriçá teriam acesso à Bertioga.
Outra, seria a de ter sido um pouso ameno, aprazível, de onde se descortinava toda a Vila e onde acampavam os bandeirantes que demandavam as "Minas Gerais dos Cataguás". Por ali alcançavam o vale do Paraíba, através da Serra da Mantiqueira, na altura de Lorena.Seria, ainda, o carreador onde tropas de burros ou boiadas transitavam a caminho das feiras de gado.
Devemos salientar que, nessa época, nas estradas, havia paradas ou pousos obrigatórios, onde os ranchos de tropas se instalavam. Os itinerantes repousavam. As cavalgaduras eram descarregadas e saciadas. Geralmente, esses locais se situavam à beira dos córregos, para dessedentar os tropeiros e seus animais.
Poderia, ainda, justificar a origem do núcleo penhense, a corrida do ouro, no fim do século 16, nos arredores de Nossa Senhora da Conceição dos Guarulhos, um dos primeiros aldeamentos criados pelos congregados de Santo Inácio de Loiola.
Muitos outros exploradores sucederam a Afonso Sardinha e seu filho, mediante Cartas de Sesmarias e essas propriedades se estendiam até a Penha, onde, perto do riacho Ticoatira, segundo a tradição, existiu ouro.
São hipóteses que poderiam ser aventadas no tocante à formação do povoado.Mas, a versão rigorosamente histórica sobre a origem da Penha, é a seguinte:Desde o Tatuapé às divisas de Guarulhos e São Miguel, estendia-se uma imensa "fazenda com ermida e curral de gado" de propriedade do licenciado Mateus Nunes de Siqueira, adquirida dos sucessores de Francisco Jorge.
A Casa Grande foi construída em 1650, junto ao Córrego do Tatuapé na várzea do Tiête. Constava de um pavimento de chão socado, paredes de taipa de barro, forro de esteiras de taquara e telhas. Rebocada e caiada. Aí se iniciou a fazenda e ao seu redor foram construídas as casas dos colonos. É um dos raros documentos arquitetônicos da história paulistana. Autêntica relíquia do século 17, já tombada pelo Departamento do Patrimônio Histórico e Subprefeituratístico Nacional. Poderá ser apreciada à rua Guabijú nº 49, Tatuapé.
Consta que Mateus mandou erguer uma capela no topo da colina, no local onde hoje se situa o Santuário de Nossa Senhora da Penha de França.
O povoado, oficialmente, teve começo na segunda metade do século 17, o que é confirmado pela petição abaixo transcrita, que serviu de fundamento à concessão de uma sesmaria feita a 5 de setembro de 1668, pelo capitão-mor Agostinho de Figueiredo.
"Diz o licenciado Mateus Nunes de Siqueira, morador na Vila de São Paulo, que ele suplicante tem uma fazenda com ermida e curral de gado légua e meia desta Vila, na paragem chamada Tatuapé, terras que houve dos herdeiros do defunto Francisco Jorge, e por quanto não tem terras para lavrar e na testada destas terras para o Rio Grande em uma volta que faz o rio tem um pedaço de terra, dentro do qual há algumas campinas, brejais e restingas de mato que se pode lavrar, por isso pede a Vossa Mercê que, como procurador bastante donatário, lha faça mercê dar por sesmaria a terra que pede para maior aumento da capela, havendo também respeito ser o suplicante filho e neto de povoadores e não ter até agora carta de sesmaria; a qual terra correrá de umas Campinas que partem da banda de baixo do ribeirão do Tatuapé, correndo pelo Rio Grande e pela volta que o mesmo faz por uma campina que chamam Itacurutiba até uma aguada que foi o defunto João Leite. E.R.M. Cartório da Tesouraria da Fazenda de São Paulo, Livro 11 de Sesmarias antigas."
Esse é o registro oficial, a certidão de nascimento do bairro da Penha, que dista uma légua e meia ou 8,3 quilômetros do centro da cidade.
Contribuiu notavelmente para esse histórico acontecimento a devoção à Nossa Senhora da Penha de França, que registrada oficialmente um ano antes, já despertara o interesse geral para o lugarejo que se desenvolvia em torno da ermida como casas residenciais, de comércio e pouso.
A Padroeira da Cidade
As tradicionais festas de Nossa Senhora da Penha, sempre constituíram um dos grandes atrativos do pitoresco bairro, tanto no passado como no presente.Ninguém pintou com colorido tão expressivo os festejos penhenses em homenagem à Nossa Senhora, como Jacob Penteado.Na Avenida Celso Garcia, havia o interminável desfile de carros de todos os tipos, que passavam apinhados de gente rumo ao Santuário de Nossa Senhora da Penha de França.
Os caminhões enfeitados de bambus, onde estavam presas bandeirolas multicores, lanternas venezianas e chinesas que, ao regressar dos romeiros, à noite, voltavam acesas, iluminando os veículos.A comemoração realizava-se no dia 8 de setembro, dia da Natividade de Nossa Senhora.
Além dos caminhões, passavam carroças e carros de boi, coberto com folhagens, colchas e estandartes, de gente que vinha de longe, viajando dias e dias, pousando nos próprios veículos fazendo mil sacrifícios, para não perder a festa.
Da cidade mesmo, de bairros longínquos, muitos iam a pé em cumprimento a promessas. Os romeiros passavam cantando alegremente, tocando sanfona, viola, cavaquinho e instrumentos de percussão.Nos arredores da Igreja se situavam as barracas de guloseimas, desde pastéis, empadas e sanduíches até paçoca, pipoca, espiga, batata doce assada e uma infinidade de doces caipiras. A quermesse era bem movimentada e grande era a procura de santinhos e medalhas que, depois, os devotos levavam para o vigário benzer.
Até hoje é revivida, anualmente, essa piedosa tradição, cessando, todavia, o lado profano, pitoresco ou quiçá grotesco, destacando-se evidentemente o caráter religioso da festiva efeméride. A imagem era transladada com suas jóias e alfaias, com grande acompanhamento popular desde a Penha até a Catedral.
O velho costume português da visita de Nossa Senhora da Penha de França à Catedral da Sé foi regularmente mantido até 1875, quando foi interrompido.Embora Nossa Senhora da Penha de França não tenha sido oficialmente declarada pela Santa Sé, nossa Padroeira, indiscutivelmente, pela tradição secular e pela devoção popular, é cognominada até pelas autoridades eclesiásticas - Padroeira da Cidade de São Paulo.

Penha: Um memorial resgata a história do bairro
O projeto de criar um memorial começou quando os padres anunciaram que fariam uma nova reforma na igreja Nossa Senhora da Penha. Com isso, começou a ser criado e guardado um rico material fotográfico e documental sobre o bairro.
Ao relatar as razões da criação do Memorial Penha de França, o engenheiro Francisco Folco vai logo explicando que não se trata de um museu. “A idéia é preservar a memória e a história oral do bairro”, afirma. O espaço, aberto no final de 2004, ainda está em fase de organização, mas já reúne uma vasta documentação a respeito do bairro. São fotos, documentos e depoimentos orais de moradores que representam a história viva da Penha.
A foto mais antiga obtida pelo Memorial data de 1880 e retrata um homem em um cavalo. Há diversas fotos de família e algumas imagens curiosas, como a de um grupo de elefantes tomando a rua Betari. “Naquela época o circo percorria as ruas dos bairros para poder atrair a população”, explica Folco.
Memória coletiva
O projeto de criar um memorial começou quando os padres anunciaram que fariam uma nova reforma na igreja Nossa Senhora da Penha. Folco teve medo de que os afrescos pintados no teto da igreja por seu avô fossem perdidos, e tratou de reproduzi-los com sua câmera fotográfica. Ele aproveitou também para reproduzir fotos que encontrou guardadas no porão do prédio e que estavam mal-conservadas, se deteriorando com o tempo. “Todos os dias eu voltava lá”, lembra.
O trabalho do seu avô foi preservado na reforma, mas o episódio despertou Folco para a necessidade de recuperar documentos históricos do bairro que estavam se perdendo. Com um grupo formado por historiadores e arquitetos dedicou-se a resgatar este material e a tomar depoimentos. “As pessoas ficaram sabendo do que estávamos fazendo e trouxeram coisas que tinham em casa”, diz ele. O Memorial até já produziu um CD-ROM contando a história da Penha.
A imagem escolhida para a divulgação do Memorial é a de um bondinho, e há uma boa razão para isso: com apenas 20 mil habitantes, a Penha ganhou a segunda linha de bonde elétrico da cidade, em janeiro de 1901. A Linha 6 - Penha, devido ao longo percurso e semelhança com uma ferrovia, foi fator decisivo no processo de urbanização das regiões por onde passava a ex-Estrada da Penha. Graças a ela os bairros do Brás, Belém, Tatuapé e Penha apresentaram um crescimento significativo.
O sucesso do bonde foi tanto que a estação da estrada de ferro deixou de operar em 1904. Mas o progresso também fez com que os bondes se aposentassem: em abril de 1966 circulou o último bonde da Linha 7, partindo da Praça Oito de Setembro, na Penha, com destino à Praça Clóvis Bevilácqua, no centro.
O rio Tietê, que poderia ter funcionado como um entrave para a integração da Penha à cidade, cumpriu um papel econômico importante, segundo Folco. Além de servir como via de transporte, às margens do Tietê foram instalados estaleiros, pedreiras e um clube esportivo. Aliás, neste clube foi construída a primeira piscina do município.
Capital por um dia
Há vários fatos curiosos sobre a história da Penha recuperados pelo Memorial. Os livros de história escolares não devem retratar este episódio, mas é fato que o presidente da província de São Paulo conduziu por alguns dias seu governo de um posto policial no Largo do Rosário. Durante a Revolução de 1924, com o centro de São Paulo tomado pelos rebeldes, Carlos de Campos refugiou-se na Penha sob a proteção do exército legalista. O bairro era considerado estratégico e seguro por estar localizado 800 metros acima do nível do mar. “A Penha não tem grandes atrações turísticas para mostrar, não tem nenhum Cristo Redentor. O que nós temos é a nossa história”, resume Folco.
Serviço:Memorial Penha de FrançaEndereço: Rua Betari, 560 - PenhaTelefone: (11) 6192-2319O agendamento de visitas deve ser feito por telefone ou pelo e-mail bondepenha@terra.com.br.

Penha, da colina ao vale: história e evolução urbana
A colina da Penha ergue-se de forma marcante por estar no meio de regiões baixas típicas da várzea. A Igreja de Nossa Senhora da Penha, na colina, destaca-se na paisagem e é visível de longe por quem circula pela Zona Leste.
O bairro da Penha localiza-se entre os vales do Rio Tietê e o Rio Aricanduva. A colina da Penha ergue-se de forma marcante por estar no meio das regiões baixas típicas da várzea. Sua altitude chega a 800 m acima do nível do mar. A Igreja de Nossa Senhora da Penha, localizada nesta colina destaca-se na paisagem, sendo visível de longe por aqueles que circulam pela região leste da cidade de São Paulo.
Erguida em 1668 como Capela de Nossa Senhora da Penha de França é o primeiro marco histórico deste bairro, originalmente um dos vários povoados afastados do primitivo núcleo urbano da cidade. Foi um ponto importante de pouso de viajantes e tropas entre os caminhos que ligavam São Paulo a Minas Gerais, através da planície do Vale do Paraíba.
Até o final do século XIX a população esteve praticamente concentrada na colina, o que manteve uma baixa densidade demográfica, não ultrapassando 3000 habitantes. Era uma área basicamente rural, formada por diversas chácaras. No entorno da igreja prosperou um comércio de produtos religiosos bem como de outros itens necessários aos romeiros.
Entre as décadas de 1920 e 1930 teve início um processo de urbanização intensivo, com o loteamento das chácaras, fazendo com que a população se espalhasse até os limites da várzea do Tietê rumo a São Miguel Paulista e a Itaquera.
A Estrada de São Miguel Paulista e a linha tronco da Central do Brasil, colaboraram para o avanço da ocupação urbana que se intensificou a partir da década de 40, dando origem a diversos bairros como a Vila Esperança, Vila Matilde, Vila Guilhermina entre outros.
Fonte: Departamento do Patrimônio Histórico (DPH)

No alto da Penha, os paulistanos oram à padroeira informal da cidade
O bairro da Penha, o mais antigo de São Paulo ao lado de Santo Amaro, formou-se em torno da igreja e a religiosidade é uma característica presente ainda hoje entre a população local.
Nos anos de 1600, um católico francês viajava de São Paulo ao Rio de Janeiro carregando na bagagem uma imagem de Nossa Senhora trazida de sua terra natal.
À noite, montou acampamento na região onde hoje é o bairro da Penha, na Zona Leste de São Paulo. Pela manhã reuniu suas coisas e retomou a caminhada. No entanto, na noite seguinte, o viajante percebeu que havia perdido a imagem. Ele, então, deu meia-volta e encontrou o objeto no alto da colina onde havia dormido.
Aliviado, seguiu viagem, mas na noite seguinte sentiu novamente a ausência da imagem. Mais uma vez retornou à colina e mais uma vez encontrou o que procurava. O devoto entendeu que se tratava de uma mensagem avisando-o de que ali deveria ser erguida uma capela em homenagem a Nossa Senhora. E assim foi feito.
É essa a história que os penhenses ouvem há décadas sobre a fundação do bairro. A data registrada na igreja de Nossa Senhora da Penha de França é 1682, mas documentos indicam que a construção é, na verdade, alguns anos mais antiga. Uma certidão passada por um padre ao receber uma quantia em dinheiro doada a Nossa Senhora da Penha de França, por exemplo, é datada de 24 de agosto de 1667. Já a imagem original da Virgem, em madeira, foi preservada e está hoje protegida no altar da Basílica, construída entre 1957 e 1967 a alguns metros da primeira igreja.
De costas para a Sé
Também bem próxima, no Largo do Rosário, está a capela de Nossa Senhora da Penha e São Benedito, erguida em taipa pelos negros em 1802. Na época eles eram proibidos de entrar na outra igreja, a dos “brancos”. Enquanto esta construção era voltada para a catedral da Sé, a capela dos negros foi construída exatamente atrás dela e voltada para a periferia. Os negros teriam pedido esmolas nas ruas por cinco anos para reunir o dinheiro necessário à construção da pequena capela.
O bairro da Penha, o mais antigo de São Paulo ao lado de Santo Amaro, formou-se em torno da igreja e a religiosidade é uma característica presente ainda hoje entre a população local. A tradicional procissão e a festa da Natividade de Nossa Senhora, comemorada no dia 8 de setembro, reúnem milhares de pessoas.
Algumas décadas atrás, no entanto, eram capazes de atrair peregrinos de toda a Capital em busca de milagres. “Antigamente tínhamos um turismo religioso aqui, era como Aparecida do Norte”, lembra Francisco Folco, um dos idealizadores e fundadores do Memorial Penha de França. “Nos dias de festa o comércio faturava mais que no Natal”. A fama era tanta que Nossa Senhora da Penha, ainda que extra-oficialmente, foi aceita como a padroeira da cidade de São Paulo.
Não é só o caráter religioso que foi preservado na Penha. O bairro foi pouco verticalizado, as ruas do centro histórico são estreitas e os vizinhos mantêm o velho hábito de conversar uns com os outros, costume cada vez mais raro na agitação de São Paulo. “A Penha mantém uma característica provinciana – no bom sentido - onde todo mundo se conhece”, diz o jornalista Eugênio Cantero Sanchez, diretor da Gazeta Penhense e morador do bairro há 41 anos.
No entanto, quando o assunto são os monumentos históricos, a conversa é outra. Os únicos imóveis tombados pelo Patrimônio são as duas igrejas de Nossa Senhora e o colégio Santos Dumont, primeiro estabelecimento oficial de ensino da Penha, inaugurado em 1913. Um dos palacetes mais tradicionais da velha Penha, pertencente ao Coronel Rodovalho, foi demolido na década de 50. A luta dos penhenses é evitar que outros prédios históricos tenham o mesmo destino.
O progresso e o crescimento desordenado de São Paulo levaram mais gente à Penha, especialmente nos anos 70, e desta vez não apenas para homenagear Nossa Senhora, mas para morar. A área hoje administrada pela subprefeitura inclui também os bairros de Vila Matilde, Artur Alvim e Cangaíba, totalizando 475 mil pessoas. A situação econômica não é a mesma do passado, quando parte da elite paulistana mudou-se dos Campos Elíseos para a região em busca de ares mais saudáveis. A porcentagem da população em favelas é de 5,94% e o rendimento médio mensal dos chefes de família é de R$ 969 contra R$1.325 no município, de acordo com o último censo do IBGE. Os bairros também contam com poucas opções de cultura e lazer.
Revitalização
Uma delas é o Parque Tiquatira, com uma área verde linear de quase três quilômetros. O parque passa por um processo de revitalização – no Dia do Meio Ambiente foram plantadas no local 500 mudas de árvores e a intenção da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente é chegar a 6 mil. Os poucos freqüentadores do Tiquatira nos dias de hoje usam o parque para caminhadas, mas a intenção da subprefeitura é transformá-lo num centro de lazer da Zona Leste.
A subprefeitura enfrenta ainda desafios nas áreas da saúde e educação. No início deste ano, a avaliação da subprefeitura era que 80% da demanda potencial por vagas em creches não teria condições de ser atendida. Há 19 Unidades Básicas de Saúde (UBS), além de ambulatórios de especialidades médicas, Centros de Apoio Psico-Social (Caps), centro odontológico e equipes do Programa Saúde da Família, que atendem a 13 mil famílias. Uma das reivindicações da comunidade é a construção de mais uma UBS em Cangaíba.
Entre os projetos da subprefeitura estão obras de infra-estrutura, como a construção de galerias pluviais, contenção do córrego Rincão, redes de acessibilidade para deficientes físicos e três muros de arrimo em áreas de risco. Uma preocupação da subprefeitura é com a conscientização da população para que não deposite lixo nas ruas nem nos córregos. Segundo assessores da subprefeitura, é comum as equipes de limpeza passarem em ruas recolhendo entulho pela manhã e encontrarem, horas depois, mais entulho amontoado no mesmo lugar. Em apenas uma operação de limpeza realizada no Tiquatira foram retiradas 26 toneladas de lixo.

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